Iria publicar o ranking de rentabilidade hoje, mas como ainda há blogueiros "atrasados" e como, segundo as regras, dei até o dia 10 do mês seguinte para os blogueiros publicarem suas atualizações, só vou publicar o ranking na segunda-feira. Lembro aos leitores que a partir dessa semana o blog começa a operar com postagens em frequências definidas: nas segundas, quartas e sextas será colocado no ar um post meu e nos domingos um do Gregório.
A Ideia de Abolir o Dinheiro Físico
Tive a ideia de discorrer mais sobre esse tema depois que vi um comentário do estimado blogueiro Uorren sobre esse assunto (não lembro onde isso foi comentado). Segundo ele, a abolição seria boa porque os flanelinhas não teriam mais como extorquir o povo. Obviamente, essa é uma abordagem simplista e não reflete todas as consequências da abolição do dinheiro físico e, ainda, sinto um certo teor de ironia nesse comentário. Já tinha abordado o assunto superficialmente no post Bitcoin como Reserva de Valor e agora decidi fazer um post com maior profundidade.
A grande sacada de proibir o dinheiro físico é controlar toda transação financeira dos cidadãos, bem como todas as contas depósito. Essa iniciativa Orwelliana já está sendo colocada em prática em alguns países como a Suécia e a Suíça. Isso pode parecer bom à primeira vista, mas não passa de uma estratégia dos governos e bancos centrais de escravizar o povo por meio do dinheiro.
O uso do dinheiro físico na Suécia é de apenas 2% das transações e cai ano após ano. Lá são populares aplicativos de pagamentos e transferências bancárias e boa parte das transações são feitas dessa maneira, até mendigos pedem esmolas e vendem tranqueiras por aplicativos (pois é, o dinheiro físico desapareceria, mas os flanelinhas continuariam extorquindo o povo). A taxa de juros na Suécia é negativa, ou seja, você paga 0,5% ao ano para emprestar dinheiro para o governo, e com o desaparecimento do dinheiro físico o governo pode progressivamente obrigar que todas as contas de depósitos estejam vinculadas a juros negativos. Que ótima ideia para os governos, fazer os cidadãos pagarem para guardar dinheiro e obrigarem eles a emprestar todo o dinheiro guardado!
Na Suíça acontece algo parecido, mas lá você é obrigado a pagar 0,75% a.a. para emprestar dinheiro para o governo! Um fundo de investimento em Renda Fixa que opera na Suíça pediu para sacar em dinheiro todos os seus depósitos para que fossem guardados em um cofre e escapar dos juros negativos, mas o pedido foi negado pelos bancos e o governo Suíço decidiu que os bancos não tinham a obrigação de efetuar saques em papel moeda! Vejam o absurdo, os bancos foram criados para guardar dinheiro e intermediar credores e devedores, mas agora eles podem impedir que seus clientes saquem o dinheiro!
As mesmas dificuldades para o saque de dinheiro existentes na Suíça e na Suécia já começaram a ser sutilmente aplicadas no Brasil. Vários caixas eletrônicos e agências estão fechando e isso aumenta a dificuldade de sacar dinheiro. Torna-se mais cômodo passar no cartão, mesmo que seja muito menos rentável para o comerciante e possibilitando que o governo "veja" seus gastos.
Com o controle do dinheiro e de todas as transações bancárias o governo pode escravizar financeiramente o cidadão de várias maneiras, entre elas estão a emissão de dinheiro, desvalorizando toda a base monetária (como ocorre no Brasil) ou a imposição de juros negativos sobre todas as contas de depósitos (como caminha a Suíça e a Suécia). Também é possível impor controles mais apocalípticos, como bloquear todas as transações e contas de cidadãos considerados "subversivos".
Como contornar isso?
Há algumas maneiras de tentar burlar a escravidão que o governo impõe por meio do controle do dinheiro. A maneira mais simples é possuir ativos reais: imóveis, FIIs, empresas, ações e propriedades rurais. A outra maneira é manter dinheiro em commodities financeiras como o ouro e cripto-moedas como o Bitcoin. Obviamente, para realizar transações com commodities a outra parte também deve estar disposta a receber na commodity, mas é possível, também manter essas commodities em carteira apenas como reserva financeira secreta.
Primeiramente quero dizer que odeio flanelinhas. Se roubarem o meu carro eles não vão me dar outro, eles utilizam um espaço que não é deles,e não ajudam, só atrapalham.
ResponderExcluirEm segundo eu quero dizer que adorei o texto, mas sinceramente acho que isso demoraria décadas pra chegar no Brasil. Por motivos óbvios.
Abraço
- Seguindo
Salve, Einstein. Sim, demoraria pelo menos duas décadas para chegar ao Brasil, mas a diminuição dos caixas eletrônicos já é um precursor disso.
ExcluirAbraços!
Isso seria terrível e o fim do capitalismo, com os burocratas em mão de um sistema super eficiente de controle da moeda. A maior parte do processo que permite as pessoas de ficar rico vem justamente de "trapacear" como evitar impostos. Imagine a vida inteira ter 40% do que você produziu ou lucrou evaporando pra sustentar o sistema. Foda-se os flanelinhas.
ResponderExcluirExatamente, C.F. Essa que é a principal ideia: sufocar a livre-iniciativa e fortalecer grandes grupos econômicos metacapitalistas amigos do governo.
ExcluirAbraços!
Flanelinha são fdp demais...
ResponderExcluirBacana o texto para reflexao...
Obrigado, VC1KK!
ExcluirMuito bom o texto para reflexão,
ResponderExcluirQuando acontecer uma crise aguda no país, o governo limita os saques diários como aconteceu na Grécia (http://oglobo.globo.com/economia/com-limite-de-saques-em-bancos-gregos-apelam-para-escambo-17011503), ou seja, não precisa esperar o fim do dinheiro físico para que o indivíduo seja prejudicado pelos interesses escusos do governo.
Abraços
Salve, Aportador. Realmente, não precisamos esperar que o dinheiro físico acabe para sermos prejudicados pelo governo. A limitação de saques diários é consequência da existência de reservas fracionárias nos bancos, que é mais uma disfunção da atividade bancária.
ExcluirAbraços!
Amigo, voltei com o blog reformulado.
ResponderExcluirVou postar apenas em inglês, mas você pode ver em português traduzindo com o plugin do Google que coloquei lá.
O intuito da mudança é pra eu me forçar a escrever em inglês e também para o blog ganhar o mundo.
A linha do blog continua a mesma: ações, ETFs, investimentos no exterior, John Bogle, comportamento pessoal, biografias, livros, sites, dicas de economias pessoais, superação, trabalho e estudo, Jéssica Chastain também.
Atualização mensal e resultado anual continuam. Análise de resultados de ações brasileiras sempre que sair o anual.
Mudei o sistema de comentário para o sistema do Disqus (lê-se “Discuss”), essa é uma ferramenta muito bacana pq assim vc vai ver todos os seus comentários e suas respostas e discussões num canto só, se não conhece se cadastre no site Disqus.com vale a pena sim.
Agora dá pra treinar o inglês lá e deixar sua participação. Você está no meu blogroll.
Grande abraço,
Frugal Simple.
Salve, Frugal! Sou seu leitor e apesar de nunca ter comentado no seu blog gosto muito das discussões lá.
ExcluirMuito interessante a ideia do Discus, vou conferir.
Abraços!
Interessante... no entanto, se analisarmos o funcionamento do sistema atual, vemos que o dinheiro "real" não é o papel-moeda e sim os bits de informações que estão nos bancos. O papel-moeda é apenas um facilitador das transações enquanto o valor não é depositado. Tem um artigo interessante sobre o funcionamento do sistema (há visões alternativas, mas acredito que esta seja a correta):
ResponderExcluirhttp://www.pragcap.com/understanding-inside-money-and-outside-money/
Salve, Furioso! Esse é exatamente o problema, apesar de que o volume das transações com dinheiro físico serem pequenas na economia como um todo, a extinção do dinheiro físico eliminaria uma das únicas formas dos cidadãos realizarem transações sem a ciência dos governos.
ExcluirAbraços!
Fala Capitalismus, esse negócio é complicado. A muitos anos ouço que o fim do CHEQUE, pasmem, eu escrevi CHEQUE... era dado como certo. Porém, trabalho com comercio e é impressionante como vem gente querendo trocar cheque aqui.
ResponderExcluirPensamento lógico, se nem o CHEQUE sumiu, imagine o dinheiro.
Off: To me empolgando com esse negócio de blogsfera, logo crio o meu e venho aqui te avisar. Ótimo texto, abraço. Jean.
Salve, Jean! No caso do cheque o governo é neutro, porque é uma forma normal de transação bancária, apesar de ser manual. O problema com o dinheiro físico é que os governos sempre tentaram reduzi-lo ao máximo, visto que é uma forma de transação que não passa pelo sistema bancário e na qual eles não podem controlar.
ExcluirAbraços!