Na semana passada aconteceu uma discussão entre o deputado federal Eduardo Bolsonaro e o instrutor da SWAT Marcos do Val sobre reações a atividades criminosas e armas da Taurus. O Marcos do Val seria algo próximo à Bel Pesce no mercado de segurança, dá sempre uma inflada no currículo e vive de vender livros, dar palestras e ministrar cursos. O deputado Eduardo Bolsonaro é filho do Jair Bolsonaro e um dos parlamentares que fazem campanha pela revogação do estatuto do desarmamento.
Eu Reajo X Eu me Rendo
A discussão começou com o Marcos do Val postando um vídeo dizendo que não se deve reagir a um assalto, claro que não reagir é a coisa mais fácil de se fazer, mas nem sempre é a mais segura. Se o bandido só quisesse seu celular ou seu dinheiro, a atitude sensata seria entregar sem resistência os itens pedidos, mas o bandido também pode querer te sequestrar, te torturar, torturar sua família, etc. Além disso, a cultura do eu me rendo aumenta a criminalidade, porque fica mais fácil de realizar crimes quando as vítimas nem tentam reagir.
Marcos do Val errou feio nessa, ainda mais sendo ele um "estudioso" de segurança pública, deveria no mínimo comentar os estudos baseados em milhares de ocorrências que provam que a chance de se ferir gravemente em uma atividade criminosa diminui quando a vítima está armada e reage. Para mim é dever de todo cidadão com condições de saúde plenas ter habilidade para se defender de forma mínima, não dá para confiar que o estado provenha a segurança individual da pessoa. Não sei se ele estava defendendo a rendição por crença própria ou por causa de interesses do establishment.
Monopólio da Taurus
O Marcos do Val começou, há algumas semanas, a defender os armamentos da Taurus e fez um vídeo promovendo a nova linha de pistolas da Taurus que nem foi lançada! Ele disse até que ele tinha a mente aberta para deixar de usar a Glock e começar a usar a Taurus Striker caso o produto fosse bom. As afirmações foram consideradas absurdas porque as pistolas Taurus começaram a apresentar defeitos e dar disparos somente com trepidações após o lançamento da linha de pistolas sem cão aparente.
Pistola 24 falha 7 |
A linha de pistolas sem cão aparente foi lançada às pressas pela Taurus porque, pelas leis de proteção ao conteúdo nacional, é obrigatório a compra de produtos nacionais em licitações, a menos que não exista um similar fabricado no Brasil. Ou seja, lançaram uma linha de armas às pressas e com falhas de projeto para se aproveitar de uma lei estúpida que favorece os monopólios e os metacapitalistas. As polícias militares foram induzidas a comprar o modelo 24/7, mais conhecido como 24 falha 7, porque além de existirem casos de disparos após trepidações, ela também tem uma falha de projeto que pode travar o carregamento de munições.
Minha Reação quando dizem: "as leis de protecionistas são boas" |
A qualidade em geral dos produtos da Taurus caiu nos últimos anos e a empresa teria fechado as portas depois do mega processo nos EUA por causa das falhas nas armas, só não fechou as portas por causa da CBC que comprou a Taurus e fez um mega aporte de capital. Agora o grupo CBC/Taurus domina quase 100% do segmento de armas e munições leves no Brasil.
As únicas concorrências são a Boito, que fabrica de forma artesanal espingardas e escopetas e conseguiu manter uma produção de pequena escala mesmo depois da aprovação do Estatuto do Desarmamento e a Imbel, que é uma estatal que tem o foco de produzir armamentos para as forças armadas e a venda de armamentos para uso civil ou policial é deixada em segundo plano pela empresa.
Minhas Conclusões
Primeiramente, eu reajo, sim. Em segundo lugar, o monopólio da Taurus é errado e imoral e obriga as polícias e os civis brasileiros a adquirirem armamentos de qualidade ruim. O segmento de armas e munições tem legislações estúpidas que dificultam a entrada de novos concorrentes e acabam fortalecendo os monopólios. Gostaria que entrassem novos concorrentes no setor, mas como isso é pedir demais por agora, caso a nova linha de produtos recupere a qualidade que a Taurus tinha há dez anos atrás já estaria satisfeito menos indignado em relação a essa empresa.
Dá uma conferida ae: https://www.youtube.com/watch?v=UheRG76vGHA
ResponderExcluirSalve, I.R.! Deu uma explicada sobre o que ele disse sobre reação, mas não muda o fato do cara ser um marqueteiro e não um "sábio" da defesa pessoal como ele quer fazer parecer.
ExcluirEle foi instrutor de uma SWAT do interior do Texas e já disse até que treinou os Seals. Para mim ele é 99,9% Marketing.
Abraços!
Ja tinha visto isso antes... Um absurdo esse monopolio.
ResponderExcluirMarcas de outros paises deveriam invadir nosso mercado.
E falando em mercado, espero uma grande queda nas acoes da FJTA. Sem fundamento bom nenhum na empresa... Disparou faz poucos meses gracas ao grande volume de compras pelo especulador, difo, guru, Barsi.
Isso por causa de um projeto de lei que poderia favorece-la....
Bobagem demais... Um lixo de arma....
Abraco e sucesso
As outras marcas não podem invadir nosso mercado por causa das legislações do Exército. No Brasil não é o Senado, a Câmara dos Deputados ou o STF que fazem as legislações de controle de armamentos, mas sim o Exército.
ExcluirNão sei muita coisa sobre as movimentações do Barsi nas ações da FJTA, só sei que a posição dele não chega a 5%, portanto, se ele continua sócio, não é uma posição grande no patrimônio dele.
Abraços!
É lastimável que essas notícias não saem no noticiário "mainstream", pois só ouço falar da FJTA quando o Barsi dá alguma entrevista, como o IM disse acima.
ResponderExcluirBrincadeiras à parte, a Lei nº 8.666, de 1993, a Lei de Licitações, dá preferência ao produto nacional em igualdade de condições, ou seja, como um critério de desempate. Se não há igualdade de condições, em tese, estão desrespeitando a legislação.
Marcelo, possui algum desses processos de compra dessa arma com folhas para eu dar uma olhada? O meu e-mail é .
Abraço!
http://antipoda.com.br/
Salve, Maurício! A Taurus está saindo bastante nos noticiários mainstream por causa dos acidentes com as pistolas 24/7.
ExcluirQuando a Taurus apresentou seu modelo sem cão aparente foi considerado em igualdade de condições com os modelos importados. Não tenho os processos de compra dessa arma, mas sei que as PMs de São Paulo e DF usam a 24/7.
Abraços!
Odeio a Taurus,porém é a única no mercado então acabei comprando um revólver 38 dela com muito sacrifício e me saiu o total de R$2.400,00 por um 38
ResponderExcluirEnquanto nos EUA um 38 custa no máximo $200
Salve, Anon! Boa aquisição, infelizmente os impostos e o monopólio tornam até uma arma extremamente simples bem cara.
ExcluirAbraços!
Bom dia, aqui na minha empresa tem uma máquina de usinagem taurus, a taurus adiquiriu a wotan, a qualidade também é 0 no mercado com mais concorrentes, acredito que seja problema de gestão da empresa.
ResponderExcluirA Taurus parou de fazer essas máquinas de usinagem há alguns anos, realmente a empresa tinha esse problema de gestão, espero que melhore agora.
ExcluirAbraços!
Muito bom artigo!
ResponderExcluirObrigado, Anon!
ExcluirMeu caro, cade suas postagens??
ResponderExcluirVc e outros blogueiros nao podem demorar tanto para postar.
Abraço
Salve, mineiro! Estive viajando durante a última semana, mas ainda hoje postarei o fechamento do mês de fevereiro.
ExcluirAbraços!