De forma geral, inflação caracteriza-se
pela queda do poder aquisitivo, motivada por uma alta do nível de preços. A
grande questão que vejo é "enxergar" esse aumento de preços. Tirando
às vezes em que houve aumentos expressivos, tal como a energia elétrica que
chegou a mais de 30%, é difícil observarmos diariamente a subida dos preços. Da
mesma maneira que alguns produtos sobem de preço, outros podem baixar, fazendo
com que a "média" geral dos
preços fique equilibrada. Com certeza, para mim, para você ou para outros
consumidores não é tão fácil mensurar desta maneira, já que cada um tem uma
característica própria de despesa.
Por exemplo, se tenho
um grande consumo de um certo tipo de produto (A) e ele aumenta, de nada
adianta abaixar o preço de outro (B) se eu não o utilizo. Na média apresentada
pelo índice oficial - IPCA - poderia haver uma estabilização no preço (A+B),
porém, como dito anteriormente, para aquele indivíduo que adquiriu somente (A)
terá um "peso" muito maior em seu orçamento. Por isso, acho
interessante ficarmos atentos para o índice de inflação e entendermos o que o
compõe. Alimentação, bebidas, comunicação, habitação, saúde e vestuário são
alguns dos gastos que são levados em consideração.
Verificando aquilo que
mais subiu, poderemos fazer um análise mais aprofundada dos nossos gastos e
tentar mitigar o efeito inflacionário em nossas próprias economias. Esse conselho, com
certeza, irá ser melhor aplicado para aquele trabalhador que possui uma renda
de cerca de 3 salários mínimos, na medida em que qualquer aumento faz a
diferença no orçamento familiar.
Aliado a isso, é
utilizado, pelo IBGE, o ajuste sazonal
do Índice de Preço ao Consumidor Amplo. (comentado no post - Relatório de Mercado X Renda Fixa). O objetivo principal é realizar um
ajuste da inflação sem as variações
sazonais (clima ou períodos do ano - Páscoa, Carnaval, Natal) a nível Nacional e
Regional.
O
que isso significa na prática? Os produtos sazonais são aqueles que
possuem períodos bem definidos de produção, consumo e preços. Em alguns momentos
do ano, há mais produtos que fazem com que os preços baixem e, em outros, há
menos produtos que fazem com que os preços subam. Tudo isso acarreta numa
influência inflacionária.
No 1º semestre do ano: escassez
de produtos agrícolas (aumento do preço) e queda de preços de vestuário
motivado por liquidações de verão.
No 2º semestre, alguns
produtos do vestuário imprimem uma alta dos preços, motivada por lançamentos de
coleções de inverno. Neste período, também, os produtos alimentícios, tem sua
oferta aumentada, diminuindo o preço (com exceção da carne bovina).
Por fim, conhecendo o
índice e sabendo no que houve um maior aumento naquele mês ou período,
poderemos fazer um ajuste consumindo produtos similares ou modificando nossos
hábitos para aquela determinada época do ano.
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